Capítulo 15: Tudo o que vai, volta

Zac

 

Depois de uma semana inteira convivendo com Allison apenas dentro da empresa e trocando mensagens pelo celular para conversarmos sobre assuntos extra trabalho, eu estava animado pelo fim de semana.

Concordamos que o melhor lugar para nos encontrarmos seria em um parque em um bairro vizinho para não corrermos riscos de sermos pegos por alguém. Eu a pegaria às cinco horas em uma esquina duas quadras depois de sua casa. Aquele era o plano perfeito. A única maneira de arranjarmos um tempo só pra nós dois, sem qualquer interrupção.

Pelo menos era o que eu esperava daquele dia.

Naquela manhã enquanto tomava meu café da manhã tive um impulso de ligar para ela, cheguei a procurar seu número na agenda e desisti no último segundo. Ninguém precisava saber de minha ansiedade, para que aquela tarde chegasse, além de mim, certo?

Algumas poucas horas depois, uma mensagem chegou em meu aparelho.

“Quem foi que tirou as pilhas dos meus relógios? Esse sábado não passa de jeito nenhum. Não agüento mais.”

Me senti aliviado por ter me contido mais cedo. Afinal, soube que não era o único agoniado pelo passar do dia.

“Com certeza foi o mesmo duende que tirou as pilhas dos meus. Estão tentando nos sabotar, Allie.”

Visualizei aquele sorriso bobo que a via dar para o aparelho sempre que recebia algo engraçado.

A resposta viera alguns minutos depois.

“Se quiser, venha às quatro horas. Estou de bobeira aqui.”

“Às quatro então. Até daqui a pouco.”

Corri para o banho, me vesti a seguir de forma confortável, peguei o carro e me encaminhei para nosso local combinado.

Antes de estacionar pude ver Allison acompanhada de Samantha conversando avidamente. Me perguntei se estavam falando sobre mim e quase torci para que estivessem mesmo. Encostei o carro onde se encontravam, as surpreendendo, e abri o vidro.

“Imaginava você com uns seguranças maiores e mais fortes Allison.”

Ambas riram de meu comentário sobre a presença de Sam ali.

“Não me subestime, Zachary. Faça mal à essa garota aqui e essa segurança a sua frente dará conta do recado,” Sam disse fazendo um gesto com dois dedos que iam de seus olhos para mim. Entendi que ela estava de olho no que eu fazia. Eu esperava que fosse mesmo só uma resposta à minha brincadeira.

Allison entrou no carro se despedindo da amiga, no caminho resolvi puxar algum assunto para matar o silêncio, que estava ensurdecedor.

“Por que ela veio com você?”

“A Sam? Ah, ela fez questão de vir. Acho que o plano era assustar você. Por um acaso funcionou?”

“Estou muito assustado. Nem sei se vou dormir hoje, acho que terei pesadelos.”

Allison sorria e eu gostava disso, afinal, minha intenção era mesmo essa, fazer com que se soltasse desde o início do passeio.

Prosseguimos ouvindo as músicas no rádio, que Allison escolhia pelo caminho.

Logo na entrada do parque já era possível ver algumas crianças andando com suas bicicletas e patins e algumas outras pessoas correndo e pulando sozinhas, acompanhadas e até com seus cachorros ao lado em uma coleira. O lugar estava bem movimentado e alegre.

Estacionei depois de procurar uma vaga e descemos, nos encaminhando para a parte mais tranquila do lugar, onde havia um lago com árvores fazendo sombra ao redor. Sentamos abaixo de uma delas na grama verde enquanto admirávamos os patos pomposos desfilando por aquelas águas. Allison não tirava os olhos deles, parecia admirada. Provavelmente percebeu que eu a olhava e se desculpou sem que eu dissesse nada.

“Não há nada mais bonito que a natureza. Ultimamente tenho convivido tão pouco com isso que quando tenho a oportunidade me deixo levar.”

“Também gosto de respirar um ar mais fresco às vezes. A poluição da cidade consegue fazer com que fiquemos loucos.”

“Verdade.”

No segundo seguinte ouvíamos apenas o som dos patos e de crianças brincando um pouco distantes.

“Allie,” a chamei e seu olhar em mim era apreensivo, eu só conseguia me perguntar até quando teria de lidar com isso. Aquela preocupação toda já estava me matando. “Obrigado por ter vindo, é bom estar aqui com você.” Peguei em sua mão entrelaçando nossos dedos juntos.

A vi respirar fundo.

“Por que não nos conhecemos em outra ocasião Zachary?”

“Você sabe que eu não estou nem ai pra isso.”

“Meu pai pode te demitir, já pensou nisso?”

“Eu espero que não. Gosto do emprego.” Eu disse, sorrindo.

“Então não deveria sair com sua chefe.”

“Por que não paramos de repetir as mesmas coisas e aproveitamos esse dia lindo juntos?”

Me aproximei um pouco mais dela, coloquei a mão livre em sua nuca, levemente e puxei seu rosto para mais perto sem nenhuma resistência por parte dela. Aquele momento me fez lembrar de nosso primeiro beijo, onde ela estava completamente entregue à mim. Segurei-a pelo rosto e a beijei lentamente sentindo meu corpo todo se acender. Era possível sentir toda sua reciprocidade, o que me fazia nos imaginar fora dali, em um lugar mais privado, onde só nós dois estivéssemos.

Um pouco depois a senti colocar uma das mãos em meu peito e o empurrar delicadamente até que interrompesse nosso contato.

“Vamos dar uma volta?” Ouvi sua voz um pouco ofegante, a qual ela tentava disfarçar avidamente.

“Tem certeza?” Eu só queria levantar dali se fosse para ir com ela direto para um de nossos quartos. Uma caminhada definitivamente não estava em meus planos depois do beijo que trocamos.

Ela já estava de pé com uma das mãos estendidas para que ajudasse a me levantar também.

Pelo visto, eu não tinha escolha.

Nossas mãos continuaram ligadas durante a caminhada. Com o calor daquele dia nos rendemos a um sorvete cada um, e descobri que seu sabor preferido era morango.

Conversamos sobre alguns assuntos diversos, sempre desviando do principal. Sempre deixando de falar de nós dois. Percebi que tínhamos um bom papo, falando sobre o que quer que fosse e nos divertíamos juntos, sem ter que nos esforçarmos. Com isso, não forcei para que voltássemos a discutir nossa condição, por não ser conveniente e por não achar ser necessário também.

Demos uma volta completa no parque e de volta ao ponto inicial de árvores e patos, vimos que a noite já estava chegando, sem que sequer tivéssemos percebido antes.

O tempo passou voando.

“Devemos partir?” Ela sugeriu se virando de frente a mim, enquanto segurava em meus braços com as duas mãos.

“Só se você tiver pensado em um lugar melhor para onde possamos ir. Não quero me separar de você tão cedo. Sabe Deus quando vamos ter outra chance dessas.”

Peguei em sua cintura e fui lhe encaminhado de costas para a árvore mais próxima, a encostei nela e aproximei meus lábios dos dela lhe dando outro beijo, agora com ainda mais intensidade.

Toda aquela cena me fazia lembrar meus dias de adolescência. Namorando escondido em um parque, tendo que me conter e me contentar apenas com beijos e abraços. Pensando que não poderia ficar ainda mais grave a situação, senti o celular de Allison vibrar em seu bolso e minha insistência para que não interrompêssemos nosso beijo fora completamente em vão. Ela atendeu a ligação e pelo teor da conversa, eu soube, era Sam.

Depois de um momento de muitas risadas e de vários ‘já estou indo, Sam’, ela desligou o celular e se virou de volta para mim.

“Eu preciso ir embora agora, Zac.”

“Precisa mesmo?”

“Eu combinei de sair com a Sam mais tarde. Ela virá me buscar na entrada do parque em alguns minutos.”

“Hmmm.” Meu desapontamento estava estampado em minha cara. Eu simplesmente não conseguia disfarçar.

“Eu prometi.” Disse finalizando sua justificativa.

“Não devia ter prometido. Eu sou muito mais legal que ela.”

“É claro que é.” Tocou meu nariz com o dedo indicador. “Agora vamos, e pare de manha.” Ela sorriu e me pegou pela mão.

Caminhamos até a entrada do parque onde Sam apareceria de carro para levá-la embora.

“A gente marca outro encontro desses, eu prometo.”

“Dessa vez em meu apartamento?”

Uma malícia singela estava em seu rosto, eu gostava muito de sua reação àquela pergunta.

“Podemos conversar sobre isso e eu decido depois.”

Ao invés disso eu só consegui entender um ‘sim’ por trás da frase original. Charme de mulher era algo rotineiro em meus dias.

“Mas não pode demorar. Eu preciso ver você de novo o mais rápido possível.”

“Você me verá na segunda-feira, Zachary.”

“É disso que estou falando. Na segunda-feira eu volto a ser o Zachary, seu funcionário mais inteligente de todos e você voltará a ser a chefe chata e pé no saco.”

Ríamos daquele meu comentário quando fomos interrompidos por Sam cantando pneu propositalmente ao nosso lado para chegar já chamando a atenção.

“Chega por hoje Zac,” zombou olhando em seu relógio.”Tempo esgotado meu amor!”

Olhei para Allison e não sabia ao certo como me despedir dela com a amiga ali a nos observar. Fui surpreendido por um selinho vindo dela, enquanto se apoiava nas pontas dos pés.

“Obrigada pelo passeio, Zac. Eu realmente adorei tudo. A gente se fala depois,” Allison agradeceu enquanto ia em direção ao carro e respondi com um aceno, visualizando o veículo se afastar em alta velocidade.

Samantha realmente me assustava.

***

Joguei as chaves de meu apartamento na mesa de centro da sala e soltei o peso de meu corpo cansado de uma só vez no sofá, que me esperava com todas as suas eficientes molas. Grande amigo.

Assim que fechei os olhos para descansar um pouco a vista, todos os meus pensamentos foram desviados para aquela tarde e no que eu faria à seguir.

Até onde levaria tudo aquilo e que é que eu realmente queria dali em diante?

Minha cabeça começava a doer levemente, o que me fez esfregar minhas fontes, com a ponta dos dedos.

Pensei na gaveta de remédios, mentalmente tentando me lembrar se lá dentro havia algum analgésico que pudesse me aliviar daquela sensação detestável. Como não consegui me lembrar, liguei a TV procurando algo que pudesse assistir até que tomasse coragem para me levantar de novo.

Meu celular vibrou em meu bolso, o puxei e então destravei a tela. Uma mensagem de Allison estava lá, piscando para ser lida. “Estamos em um barzinho. Sam não para de me perguntar sobre como foi com você hoje. Agora ela está me olhando com cara feia e tentou tomar o celular de mim umas três vezes desde que chegamos aqui. Ela odeia não ter toda a atenção para si.”

Ri com aquilo, imaginando toda a cena descrita. Apertei o botão responder e escrevi a mensagem em resposta.

“Aproveite a noite com sua amiga e não conte todas as minhas qualidades. Não consigo lidar muito bem com triângulos amorosos.”

Enviei torcendo para que ela entendesse a piada.

A vibração não demorou a se repetir.

“Mostrei sua mensagem à ela. Me disse que é tarde demais, já está perdidamente apaixonada por você! O que fazemos? Será que uma passagem só de ida para o Japão deve resolver?”

Dei uma risada baixa para mim que fora o suficiente para me lembrar daquela dorzinha irritante em minha cabeça.

Travei o celular e me levantei para finalmente tomar o comprimido, que para meu alívio, estava ali na gaveta me esperando. Aproveitei para fazer um café forte e então achei ter ouvido o som de uma música familiar. Verifiquei e meu celular tocava A/C D/C no volume mais alto em cima do sofá enquanto vibrava ao mesmo tempo. Era uma chamada.

Corri para não perder a ligação, imaginando que era Allison quem me ligava, e atendi sem sequer ver na tela de quem se tratava realmente.

“Pode pedir para o porteiro me deixar subir?”

Engoli em seco. A voz de Megan, além de irreconhecível, parecia indicar que estava nervosa. Eu não sabia com o que, e nem queria pagar para ver.

“Ei, estou meio cansado agora, Megan. Já estava indo para a cama. Podemos conversar um outro dia. Tudo bem para você?”

“Acho que não me expressei direito. Você não tem escolha Zachary. Peça ao porteiro para que abra. Eu preciso falar com você e tem que ser agora.”

Inconscientemente me lembrei do dia anterior e de Megan indisposta e com enjôos e senti meus joelhos falharem. Sentei-me novamente em meu sofá. Eu não conseguia pensar direito.

“Me dê um minuto.”

Desliguei sem nem me despedir. Peguei o interfone e atendi ao pedido de Megan que batia a minha porta segundos depois.

Abri uma fresta suficiente apenas para que nos víssemos.

“Pois não?”

“Você não vai querer que eu comece a falar aqui fora, tenho certeza.” Uma de suas mãos encostara-se à porta, a empurrando e me fazendo ceder, a deixando então entrar.

Segurando pela maçaneta, fechei a entrada e me encaminhei à cozinha em passos normais. Não daria o gosto de me mostrar preocupado com ela, ou que estaria disposto a lhe dar atenção quando bem quisesse.

“Quer um pouco de café?” Ofereci, me encaminhando a cozinha.

Como não recebi resposta, enchi minha caneca e voltei para a sala, vários e vários momentos depois. Eu estava tentando adiar aquela conversa ao máximo.

“O que você quer Megan?” Me sentei ao seu lado, a garota já havia tomado seu lugar em meu sofá. Em seu colo havia uma pasta de cor vermelho-sangue e a notei abrir vagarosamente.

“Eu sabia que você era capaz de muitas coisas Zac, mas isso eu não esperava mesmo. Onde é que você estava com a cabeça?”

Passei a ponta dos dedos em meus cabelos enquanto pensava nas palavras que ouvia, bebi um gole de café calmamente enquanto a encarava tentando ler sua expressão. Antes que eu pudesse questionar ela continuou a falar.

“Eu descobri tudo Zachary.”

“Não sei do que é que você está falando.”

A pasta estava aberta. Tentei ver o que tinha lá dentro, mas ela se levantou e se dirigiu até a janela mais próxima de si com aquela pasta nos braços, parecia simplesmente não conseguir ficar perto de mim.

“Li sua conversa com Paul pelo Skype.” Fez uma pausa enquanto me olhava nos olhos, claramente esperando que uma resposta pronta estivesse por vir. Meu estado era de choque. “Eu sei de toda essa sujeira que vocês estão envolvidos e não tente fingir que estou enganada.”

Engoli o café em minha boca de forma tão desastrada que me engasguei, tossindo várias vezes antes que pudesse falar de novo.

“Você leu a minha conversa no Skype, Megan?” Tossi ainda mais, não conseguia me controlar para dizer tudo o que vinha em minha mente.

“Não me venha com essa. Não é como se você fosse o santo entre nós, não é? O que você está fazendo é muito pior que isso.”

Como eu poderia argumentar? Ela havia me pego no flagra, não havia desculpas. Agora sabia exatamente do que se tratava aquela acusação.

“Não é nada demais e…”

“Não é nada demais? Você acha mesmo que não é nada demais?” Seu tom de voz era mais alto do que quando começara. “Vamos dizer à mimada da Allison e deixemos que ela decida por si, ou melhor, deixemos que Steven decida, o que me diz disso? Será que o papai dela vai concordar com você?”

“Não ouse…”

“Você tem que ao menos ter a decência de deixá-la saber. É o mínimo. Então, ou você conta, ou eu conto, Zachary. Eu juro que conto.”

“Eu vou consertar tudo, ok? Não se preocupe e não se meta nisso, por favor. Nada disso diz respeito à você.”

“Vai consertar?”, Megan se aproximou novamente de onde eu estava ainda sentado no sofá e me analisava com aquele olhar efusivo enquanto ficava de pé ao meu lado. “Droga Zac, seu plano saiu do controle não foi?”

Fechei meus olhos e ao abrí-los novamente eu não conseguia encará-la, olhei para o outro lado da sala onde a porta se encontrava.

“Vá embora Megan.”

“Você tem até segunda-feira”.

Me levantei pegando em um de seus braços, a encaminhando para a saída. “Se você não contar, eu conto. Tenho mais cópias disso impressas.” Afirmou pegando um bloquinho de folhas e o entregando em minhas mãos. “Acho bom que não duvide de mim.”

Não precisei olhar para aquelas impressões para ter certeza de que eram minha conversas no Skype com Paul. Protelei tantas vezes a tarefa de excluir de meu computador aqueles diálogos escritos, que por fim acabei nem me lembrando que ainda estavam lá. Me lembrei de Megan usando minha máquina na sexta-feira durante o almoço sem ninguém por perto. Tudo se encaixava.

Megan virou as costas decidida a ir embora de vez, apertando o botão que chamaria o elevador.

A gritei chamando sua atenção de volta para mim. “Espera.” Ela se virou, se aproximando novamente e me encarando direto nos olhos. “Por que está fazendo isso? Você sabe que não vamos ficar juntos, Megan. O que ganha com toda essa encenação?”

“Como você disse Zac, nada disso diz respeito à mim. Não mais. Quem não quer que a gente dê certo agora, sou eu. Você merece ficar sozinho para o resto de sua vida. Não é assim que prefere? Sempre no eco desse apartamento minúsculo. O que está fazendo, isso não está certo de jeito nenhum. E ela precisa saber, assim como eu sei agora, a criatura ridícula que você é.”

Eu rangia os dentes sem perceber, estava furioso.

“Você não sabe de nada.”

“Sei o suficiente, e isso já me basta.”

A porta do elevador finalmente se abrira. Megan se virou e entrou.

“Segunda-feira, Zac.”

Vi as portas se fecharem e entrei de volta para o apartamento que parecia ainda menor do que o habitual. Joguei o bloco de papéis em minha mesinha de centro, peguei o telefone e liguei imediatamente para Paul, só ele poderia me ajudar naquele momento.

Três toques depois e meu velho companheiro atendia a ligação com demasiada animação.

“Zac?” Um barulho intenso ao fundo denunciava sua presença em algum lugar com muitas pessoas e música alta. “Ei, como foi com a chefe hoje?”

“Não tenho tempo para isso agora Paul, preciso da sua ajuda. Pode ir para um lugar mais silencioso onde consiga me ouvir melhor?”

“Claro, só um instante!”

Minutos depois percebi a mudança de ambiente pelo silêncio que se formou e então contei tudo o que havia acabado de acontecer em meu apartamento e de como me sentia perdido e raivoso.

“Respira, Zac. Se acalma. Essa maluca não vai falar nada, você sabe. Ela é assim, impulsiva. Tenho certeza que até segunda-feira ela pensará melhor e não contará nada à ninguém.”

“Eu não sei não. Ela parecia muito decidida sobre isso, Paul. Você tinha que ver,” eu estava tão desesperado que sem querer derrubei a caneca com café com tudo no chão, fazendo uma grande lambança. Nem me importei com os cacos de vidro espalhados. “A Allison nunca vai me perdoar!”

“A Allison? Está preocupado com a Allison?”

Me dei conta do que dizia, ele tinha toda razão. Dentre todas as perdas envolvidas naquela situação toda, eu só conseguia pensar na garota loira no parque comigo naquele dia mais cedo.

“Estou ferrado, Paul. Estou muito ferrado!”

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